Newsletter de Finanças do LinkedIn Notícias: investimentos, finanças pessoais, economia e carreira - Investimentos, crédito, inflação: os cenários para o 2º semestre
Investimentos, crédito, inflação: os cenários para o 2º semestre
Na newsletter Boletim Finanças, o LinkedIn Notícias traz para você o que movimenta os mercados financeiro e de capitais no Brasil e no mundo, estratégias de investimentos, planejamento financeiro e dicas de como ampliar o alcance do seu conteúdo. Para acompanhar, basta clicar no botão “assinar”, no topo à direita. Participe com sugestões, comentários e perguntas.
Entramos na reta final do primeiro semestre de um 2023, e o mercado financeiro já acumula eventos que impactaram investimentos e crédito. A gigante do varejo Americanas iniciou uma onda de pedidos de recuperação judicial entre grandes grupos – telefônica Oi, cervejaria Petrópolis, elétrica Light – e impactou carteiras de crédito de instituições financeiras. Os grandes bancos até mantiveram lucros bilionários, mas passaram a ser mais conservadores na concessão de crédito. E essa maior seletividade agravou o endividamento de empresas e famílias, que já vinha piorando desde 2022, em meio ao ciclo de aumento dos juros promovido pelo Banco Central – na luta contra a inflação.
Tivemos ainda a primeira transição de governo com a manutenção da autonomia do Banco Central, uma situação que abriu espaço para um ambiente mais favorável capaz de atrair novos investidores ao longo do ano, como afirmou neste artigo o assessor Leonardo Lírio.
Inflação e juros
Também no Brasil a alta dos juros não provocou os mesmos problemas contábeis no setor financeiro que levaram às quebras de bancos médios nos Estados Unidos. Por lá, inclusive, a inflação tem sido mais resiliente que no Brasil.
“O colapso de um desses bancos, do Silicon Valley Bank (SVB), inclusive, evidenciou que certas práticas financeiras ainda persistem, apesar das regulamentações implementadas após a crise financeira de 2008”, Walter Pereira, W Fitenchs
Essa conjuntura adversa, de juros elevados e aversão a risco, fez do primeiro semestre de 2023 um dos mais desafiadores para as startups e inovação, apontou neste artigo Bruno Diniz, sócio gestor da consultoria Spiralem.
A demora do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) para adotar a subida dos juros e a política de estímulos fiscais foram os dois fatores que fizeram com que a inflação nos Estados Unidos, historicamente mais controlada do que no Brasil, esteja atualmente mais resistente que a brasileira, destaca neste post o head comercial do TradeMap, Einar Rivero.
Impactos nos investimentos
Mas no mundo dos investimentos, os fundos de renda fixa que carregavam títulos da Americanas e de outras varejistas quebradas sofreram perdas e viram crescer saques de cotistas.
Na Bolsa, essa crise das varejistas deixou volátil o Ibovespa, principal índice acionário do país. E esse ambiente volátil e de juros elevados também frustrou a esperada retomada das ofertas iniciais públicas de ações (IPOs, na sigla em Inglês) e das vendas de novos papéis de empresas já listadas (follow-on), destacou neste artigo o especialista André Vasconcellos, diretor financeiro e de RI da Rio Securitização, também curador pós-graduação Lato Sensu em Relações com Investidores e Governança Corporativa da Galícia Educação.
“Claro que existe uma expectativa de retomada das ofertas no segundo semestre do ano, mas é consenso entre especialistas que um volume maior de operações deverá vir a mercado somente em 2024”, André Vasconcellos.
A volatilidade também atingiu os criptoativos, em um semestre que começou com a quebra da exchange FTX e pelo cerco regulatório do órgão regulador dos Estados Unidos, com multas e processos contra grandes players, como a Kraken e a Binance, destaca o head de pesquisa e produtos de criptos na Empiricus, Vinícius Bazan, neste artigo.
“De lá para cá, volumes e liquidez estão menores, principalmente devido à incerteza regulatória. Ainda assim, os criptoativos acumulam, no geral, altas expressivas no ano”. Vinícius Bazan, Empiricus.
Crescimento econômico
Embora ainda persistam sequelas deixadas pelos eventos nos mercados de crédito e de investimentos, alguns fatores ajudaram a desanuviar o ambiente econômico. Entre eles, a desaceleração da inflação, nos Estados Unidos e no Brasil, e o andamento da proposta do novo governo para o controle das contas públicas, abriram espaço para que analistas já consigam enxergar o início da queda dos juros por aqui. E o andamento da proposta do governo para o controle das contas públicas.
A reação dos mercados brasileiros também refletiu a resiliência da economia brasileira, que apresentou indicadores melhores que as projeções mais pessimistas. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, soma das riquezas produzidas no país, cresceu 1,9% no 1º trimestre deste ano ante o trimestre anterior.
Inovação e regras
Essa sucessão de enredos que fizeram oscilar créditos e investimentos não impediu que a agenda de inovação continuasse no país. O Banco Central iniciou a fase de testes do Real Digital (da sigla em inglês CBDC, Central Bank Digital Currency) e continuou o cronograma de evolução do Pix, com novas regras para o sucesso entre os meios de pagamentos no país.
Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais, lançou novas regras que vão alterar neste ano o funcionamento dos fundos de investimentos e a atividade dos assessores de investimentos.
Lições para restante do ano
A expectativa de queda de juros vai favorecer na renda fixa as aplicações prefixadas, segundo especialistas, como o sócio e responsável pelos investimentos da Empiricus, George (Jojo) Wachsmann. Mas nessa classe de ativos, ele prefere as atreladas ao IPCA como opção para o segundo semestre.
“Ainda há espaço para capturar ganhos em prefixados, principalmente em taxas mais longas, mas quanto mais longo o prazo, maior o risco da alteração no cenário. Em linhas gerais, meu investimento preferido é o atrelado ao IPCA porque tem a proteção da inflação e juro real em cima”, George Wachsmann, Empiricus.
A Bolsa tem espaço para sustentar a reação iniciada na reta final do primeiro semestre, mas o investidor deve ser seletivo, dizem especialistas.
A economista Bruna Marcelino, CFP® Marcelino listou neste artigo três setores que podem se beneficiar de um cenário macro com taxa mais baixa de juros:
- Consumo, por causa da oferta de crédito com juros menores;
- Imobiliário, que terá queda nas taxas de financiamento de imóveis;
- Empresas de crescimento que são mais dependentes de capital.
Historicamente, ciclos de redução de juros também ajudam a classe das empresas de médio porte negociadas na Bolsa, as small caps, destaca neste post o ceo da Empiricus, Felipe Miranda. “Esse segmento, mais arriscado e com maior lucro potencial do que as ações tradicionais, foi simplesmente dizimado desde julho de 2021, mas há indícios de mudança no cenário”, diz.
Uma recomendação consensual entre especialistas, a da diversificação de carteira, também ganha força para o segundo semestre.
“Mitigue riscos diversificando sua carteira em diferentes setores e países nos mercados emergentes. Esteja preparado para qualquer incerteza. Identifique setores, como tecnologia, comércio eletrônico e infraestrutura, que estejam alinhados com o crescimento econômico do Brasil. Busque oportunidades que acompanhem uma potencial onda de expansão”, Felipe Pontes, L4 Capital.
No mercado de criptomoedas, o segundo semestre tem em destaque dois eventos, lista Vinícius Bazan. “Espero a evolução de protocolos importantes do mercado, como as soluções de escalabilidade de segunda camada do Ethereum e o crescimento do ambiente de finanças descentralizadas, o DeFi, com destaque para os protocolos de staking líquido de ETH”, afirmou.
No caso das fintechs, o especialista Walter Pereira aponta que apesar do cenário ainda incerto, as startups que conseguirem ajustar estratégias de negócios com formas de retenção de capital e que encontrarem novas fontes de receita vão prosperar. “No Brasil, o cenário regulatório nunca esteve tão favorável para inovar”, o sócio da W Fintechs.
Uma das fontes desse otimismo relacionado às fintechs está no open finance. O especialista da Finansystech e fundador da Let’s Open, Gabriel Pereira, destaca neste artigo especial que o primeiro semestre passou a apresentar mais números de utilização do sistema aberto de dados.
“Os consentimentos passaram da casa de 30 milhões, e grandes instituições, como o Banco do Brasil, anunciaram impactos práticos do open finance, com mais de 700 milhões de incremento em limite de crédito anunciados em abril”, Gabriel Pereira, Let’s Open.
PIB: A safra recorde e os preços elevados das commodities sustentaram o maior crescimento da agropecuária no Brasil desde 1996 e ajudaram o setor a puxar o desempenho da economia brasileira neste começo de ano. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, soma das riquezas produzidas no país, cresceu 1,9% no 1º trimestre deste ano ante o trimestre anterior, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Moeda digital: O Banco Central (BC) divulgou a lista de 14 grupos de instituições que participarão do projeto piloto do real digital, a moeda virtual emitida pela autoridade monetária que está em fase de testes, para operações do atacado, em transações do varejo por meio de depósitos tokenizados, na negociação de títulos públicos digitais e moeda digital emitida por instituições de pagamento. Entre os selecionados estão grandes bancos, como Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil, BTG Pactual, e fintechs, como Nubank.
Mercados: O comportamento dos ativos financeiros em maio, com Bolsa e dólar em alta, sinalizou que o pico da aversão ao risco começa a passar, graças à expectativa de queda de juros no segundo semestre em meio à desaceleração da inflação, dizem analistas. Mas se os bancos centrais parecem ter conseguido domar o aumento acelerado dos preços na economia, ganha corpo agora a preocupação com o efeito colateral dessa política de aperto monetário sobre a atividade econômica. Com um risco maior de recessão, nos Estados Unidos e na Europa, e de uma estagnação no Brasil, surgem no radar cenários que podem afetar o desempenho das empresas e o nível de emprego e de renda no segundo semestre de 2023. Confira levantamento feito pelo head comercial do TradeMap, Einar Rivero, e participe da conversa com suas avaliações sobre maio e seus cenários para o segundo semestre.
Crédito: Cresce no mercado o grupo de economistas que projetam uma queda dos juros no Brasil ao longo do segundo semestre, caso da fundadora e sócia da DS Estratégias e Inteligência Financeira, Dirlene Silva. Em entrevista ao LinkedIn Notícias, ela disse que, confirmado esse cenário, empréstimos e financiamentos devem acompanhar essa tendência, aliviando custos para tomadores de crédito. Mas a economista alertou que os consumidores devem ser cautelosos na hora de assumir novas dívidas porque os juros ainda estão elevados o suficiente para comprometer o orçamento doméstico.
A perspectiva de que a taxa básica de juros no Brasil vai entrar em trajetória de queda ao longo do segundo semestre abre espaço para que ações negociadas na Bolsa engrenem um ciclo de valorização mais firme e menos volátil, disse o sócio da Empiricus Investimentos, George (Jojo) Wachsmann, principal executivo responsável pela área de investimentos da empresa de análises e de gestão de recursos. Em entrevista ao LinkedIn Notícias ele apontou dois motivos para isso.
O Fintech Revolution da StartSe para mais de dois mil participantes dos mercados financeiros em São Paulo no último dia 30 de maio para discutir algumas principais tendências da inovação para empresas e carreiras, como neobanks, transações globais, inteligência artificial, banking as a service, compliance, ERP Banking... Confira alguns destaques de quem passou por lá.
Por Luiz Gustavo Ribeiro: Conheça seu público. Esse é um dos principais indicadores que podem guiar sua jornada como uma pessoa especialista que cria conteúdo periodicamente. Pense em quais são os principais valores que gostaria de dividir, quais são as características desses temas, para quem você oferece valor, no caso, informação e defina seu objetivo no LinkedIn. Vamos imaginar que você é especialista em investimentos, publica tópicos para profissionais autônomos que buscam ampliar seus entendimentos sobre o assunto e, por meio de suas publicações, sua principal mensagem é facilitar o acesso à informação para esse público. Seu papel, além de estar muito bem estabelecido, poderá guiar seus conteúdos no LinkedIn, além de possibilitar que você exerça cada vez mais aprimorado seu protagonismo como um facilitador a uma série de temas que envolvam não some investimentos, mas diferentes temas que estão em torno de finanças de maneira geral. Com essa proposta que o especialista em finanças, Jansen Costa, conseguiu estabelecer como estabilizaria sua voz na plataforma. Além de ter um papel bem definido sobre os temas que ele compartilha com a sua audiência, ele ainda busca reverberar o segmento financeiro de maneira ampla para, além de engajar com a sua comunidade, atingir novos usuários.
Não perca as próximas edições do Boletim Finanças: é só clicar no botão "Assinar" no topo à direita. Participe da conversa nos comentários. Até a próxima!
Conheça também as outras newsletters do LinkedIn Notícias! 👇
Créditos Linkedin
Comentários
Postar um comentário